Agritech, o que é?

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O universo das startups está em constante evolução e passa por diversas mudanças nos últimos anos. Depois das fintechs, voltadas para o mercado financeiro, e das foodtechs, que tomaram conta do mercado de alimentação, agora é a vez das agritechs conquistarem seu espaço. O termo já diz tudo: esta é a união entre agricultura e tecnologia.

As áreas de atuação são amplas e englobam agricultura de precisão, gestão de negócios, gestão de lavouras e até mesmo rastreabilidade. Ou seja, um novo leque de possibilidades se abre diante dos investidores interessados neste mercado. Mesmo ainda recém-chegadas nesse contexto, as agritechs já mostram bons resultados através de sistemas digitais que garantem custos menores e produções maiores. 

Quer saber mais sobre como uma agritech trabalha, quais são suas atividades e quais são as perspectivas no Brasil e no mundo? Então prossiga a leitura para se aprofundar no assunto!

O que é agritech?

A tecnologia sempre fez parte da agricultura: um trator é uma tecnologia assim como um fertilizante também é. Mas hoje existem novas tecnologias disponíveis que são fundamentalmente diferentes e fazem parte de uma nova onda de inovação que alguns chamaram de Food System 5.0 ou a terceira revolução verde.

Podemos citar a mecanização do trabalho do campo, a modificação genética das sementes e a fabricação de fertilizantes e pesticidas químicos dentro dessa revolução como descobertas que levaram à criação do atual grande sistema multinacional de agronegócio e agricultura industrial. Este é o trabalho de uma agritech.

Grande parte dessa nova inovação que vem para a agricultura foi desenvolvida para outras indústrias e os empreendedores estão encontrando aplicações para essas tecnologias na agricultura. Com uma quantidade limitada de terra arável para cultivar, a tecnologia será essencial para ajudar os agricultores a aumentar a produtividade de suas operações. 

Quais são os tipos de soluções apresentadas por uma agritech?

As startups classificadas como agritech apresentam uma gama infinita de soluções para o campo. Por exemplo, uma das mais famosas são os drones via satélite, muitos com redes de sensores para realizar diversos tipos de rastreamento.

Outra iniciativa muito importante são as plataformas de previsões meteorológicas, que ajudam a manter plantações mais rentáveis e saudáveis. Também existem outras propostas direcionadas para plantio, como o controle de calor, softwares inteligentes para prevenção de pragas e doenças, gestão do solo e demais tarefas analíticas.

As aplicações variam ao redor do mundo. Na Nigéria, por exemplo, existe uma plataforma digital para conectar patrocinadores agrícolas com agricultores reais. O objetivo dessa rede é aumentar a produção de alimentos em áreas já escassas, inclusive com a participação de profissionais mais jovens. E o melhor: todos os envolvidos no processo recebem uma porcentagem dos lucros da colheita. É mesmo uma atividade que visa aproveitar melhor recursos e usar o agronegócio para o bem.

Como está o cenário para a atuação de uma agritech no Brasil?

O potencial agrícola brasileiro, ainda que já seja bastante expressivo, ainda está em franco crescimento. Hoje, o PIB do agronegócio representa quase um quarto do PIB nacional, e deve crescer em média 2% ao ano. Esse cenário bastante animador é responsável por impulsionar a economia.

Espera-se que até 2050, as tecnologias ligadas à agricultura elevem a produção da agricultura mundial em pelo menos 70%. Isso significa nada menos do que 240 bilhões de reais aplicado ao mercado do agronegócio. Portanto, investidores devem ficar de olho em boas oportunidades para aplicar em uma agritech, porque as possibilidades de ganhar em cima do setor são altíssimas.

Segundo a ABStartups (Associação Brasileira de Startups), atualmente existem 72 empreendimentos agrícolas no país que exercem suas atividades com abrangência para tecnologia e agricultura. Com um crescimento de 70% em relação ao último ano, a expectativa é que o número triplique em pouquíssimo tempo.

Como as agritechs afetam o mercado?

O Brasil é um dos maiores exportadores de alimentos provenientes do setor agrícola no mundo. Para tornar esse campo ainda mais forte e estruturado para suprir a demanda alta, o agronegócio já está presente em muitas universidades do país. Inclusive, aliado a estudos com foco em tecnologia.

Por isso, os atuais modelos de produção agrícola por aqui já se encontram em estado avançado. Mas apesar disso, o empreendedorismo ainda é visto com um pouco de desconfiança pelos produtores já experientes no ramo. Eles ainda estão em um processo de adaptação e acompanhamento de desempenho para comprovar a diferença que a tecnologia faz quando aplicada ao agronegócio. 

Como essa avaliação também depende de resultados de lavouras e plantações, é um pouco mais demorada. Mas em outros pilares, as agritechs estão sendo bem recebidas de imediato: na agricultura familiar e na produção sustentável, por exemplo, softwares e aplicativos têm se mostrado eficientes e rápidos, como se espera de um ambiente de startups. Mas, com certeza, a partir de agora, ainda há muito o que ser explorado e aperfeiçoado para a melhoria do empreendedorismo agro.

E os investimentos no setor, como andam?

Atualmente, o setor de agritech recebe cerca de 2,36 bilhões de dólares em investimentos por ano. Esse valor supera até mesmo outros setores, como as fintechs ou o campo de produção de energia limpa. A tecnologia agrícola até atrai empresas de outros setores. Por exemplo, em maio passado, o Google Ventures investiu na Farmers Business Network, que desenvolve uma rede agrícola informatizada que reduz os dados sobre sementes e solo para ajudar os agricultores a aumentar a produtividade enquanto economizam dinheiro.

Ainda que grandes empresas como Monsanto ou Syngenta prefiram manter seus centros de pesquisa e desenvolvimento internalizados, ultimamente organizações com esse perfil têm se mostrado mais abertas também a adotar soluções desenvolvidas por agritechs. Assim, é mais fácil absorver as necessidades de inovação que a agricultura exige sem tirar o foco de sua própria atuação. 

As agritechs também caminham a passos próximos das foodtechs. A produção mundial de alimentos precisa atender a um número cada vez maior de pessoas. Sendo assim, é importantíssimo que as tecnologias dos diferentes setores se complementem para gerar um bom resultado.

Então, se você gostou de saber como uma agritech funciona, é hora de tirar um tempinho para aprender mais sobre o que é uma foodtech. Boa leitura!