Resumo Silicon Valley Experience

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Na semana do dia 2 de abril realizamos a Silicon Valley Experience realizada pelo LAIOB (Latin America Institute of Business) em parceria com a AB2L (Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs). Nesses 5 dias de agenda, contamos com a presença de 26 associados de perfis variados, desde advogados a empreendedores. Conversamos com mais de 15 empresas e palestrantes, que nos inspiraram em termos de cultura, inovação, tecnologia, empreendedorismo, o futuro da advocacia e o dia a dia no Vale.

 

No primeiro dia visitamos a Autodesk, Plug and Play e o Google, 3 empresas que se diferem bastante uma da outra. Na visita ao Autodesk conhecemos um pouco mais sobre a empresa e todos os projetos que eles fazem, hoje em dia, a maioria das construções em São Francisco passa por eles para modelagem 3D antes de serem iniciadas. A Plug and Play é conhecida como Silicon Valley in a box porque eles ajudam todo o ecossistema de startups. Eles são um coworking, uma aceleradora, investidores, providenciam mentoria, etc. Conhecemos o prédio da Plug and Play e ouvimos alguns pitches de startups do meio jurídico, como a Judicata. Depois disso fomos ao Google para um bate papo com a responsável por Project Manager com foco na área de Gente. Ela compartilhou um pouco com o grupo sobre a cultura no Google, sobre o recrutamento, a retenção de funcionários, como montar equipes produtivas e a relação da liderança com o restante time. Foi um dia para aprendermos um pouco mais sobre a cultura do Vale e como as trocas profissionais funcionam por lá.

 

O segundo dia foi focado em como funcionam os negócios no Vale, ouvimos mais pitches de startups de legal e lawtechs e as possibilidades de investimento vindo do Brasil. Visitamos as 5 empresas: SalesForce, Babel Ventures, Nixon Peabody, Latin SF e GSV Labs. Na SalesForce conversamos com uma brasileira que está na empresa há mais de 5 anos. Entendemos um pouco mais sobre a cultura da SalesForce e o modelo de negócios da mesma. Já na portaria do prédio conseguimos ver alguns diferenciais da cultura da companhia, a qual eles chamam de Ohana, que na cultura havaiana significa família. Na Babel falamos com a brasileira Bárbara que nos contou como foi montar o venture capital e dividiu a sua experiência sobre como o mercado do Vale funciona. A Nixon é uma empresa de advocacia, foi interessante ouvir como eles trabalham e como podemos aplicar algumas dessas boas práticas nos escritórios aqui do Brasil. O Latin SF é um facilitador para empresas da américa latina que querem investir em São Francisco, eles auxiliam desde como se apresentar para as startups ou investidores a ceder espaço no prédio deles. Por último fomos ao GSV Labs, uma aceleradora. Tivemos uma apresentação sobre inovação e como deveríamos tratar as inovações nas nossas empresas. Além disso, ouvimos alguns pitches de startups da área jurídica, incluindo a Casetext, uma das principais na área.

 

O terceiro dia foi bastante focado em legal e lawtechs, começamos o dia com a Atrium, ouvindo os fundadores contarem um pouco do porquê abriram a startup e como funcionava o dia a dia deles. Algo que chamou muito a atenção do grupo foi a empresa não cobrar pelos telefonemas recebidos de seus clientes, pelo contrário, o trabalho deles deveria ser bom o suficiente para os clientes não terem dúvidas. Logo depois fomos para uma conversa com a Lex Machina, empresa de legal analytics, que inspirou muito todo o grupo. Após o almoço fomos visitar a Draper, uma escola que forma e ajuda empreendedores. Por último fomos à Tesla ouvir sobre a cultura da empresa, os planos para o futuro e o que os levou para o que são hoje. Tivemos também a surpresa de dirigir um dos carros da Tesla, acredito que tenha sido o ponto alto do dia para a grande maioria.

 

Na quinta-feira participamos de um evento em Stanford chamado Future Law, organizado pelo CodeX, departamento de inovação jurídica da universidade. O evento durou o dia todo, contou com cerca de dez palestrantes e tinha como o principal foco pesquisa e desenvolvimento das leis computacionais. Uma das palestras que mais chamou a atenção do grupo foi a da Hilarie Bass, presidente da ABA (OAB americana). Ela chamou a atenção pela visão aberta que tem em relação à adoção de tecnologia. Ela comentou que hoje 80% da população dos EUA não têm acesso à justiça e que a tecnologia seria o viabilizador disso, dando como exemplo a chegada do Uber na Flórida, que foi recebido de braços abertos pela população (grande parte desassistida anteriormente).

 

O último dia começou com a Gina Kloes, coach de liderança dos principais executivos do Vale. A Gina traz uma abordagem diferente para a liderança, focada na vulnerabilidade e determinação (grit) individual. No fim o grupo quebrou tudo aquilo que os impediam de alcançar o que desejavam. Conhecemos a biblioteca e um pouco do campus da UC Berkeley antes de ir para o LinkedIn. Fomos recebidos por um brasileiro no LinkedIn que nos mostrou o prédio principal e falamos um pouco de cultura. A última visita do grupo foi no Netflix. Depois de duas horas de conversa descobrimos o quão singular a cultura do Netflix é. A teoria deles é que quando uma empresa cresce, ela gera caos. As empresas tradicionais inserem processos no dia a dia para lidar com o caos, mas no Netflix não, no Netflix eles contratam profissionais talentosos, os melhores para cada posição, para lidar com o caos. Eles não têm processos ou qualquer burocratização pois confiam nos profissionais que têm.

 

Foi uma grande experiência e tivemos muitos feedbacks positivos. É interessante comentar também que tivemos alguns almoços em lugares icônicos do Vale como no Buck’s of Woodside, onde alguns deals foram fechados e no Umami, onde provamos o Impossible Burguer (um hambúrguer feito de plantas).