A classe de IPOs de 2018: Spotify, Dropbox e outros unicórnios tomam o centro do palco

Blog Português (Brasil)

2018 será um ano bastante sólido para IPOs. O Spotify e o Dropbox estão entre as renomadas empresas que buscarão novos públicos neste ano que se inicia, visto que as perspectivas se mostram ainda mais aquecidas. Inclusive no que diz respeito à concorrência.

Ainda que o mercado das IPOs (Initial Public Offering — ou Oferta Pública Inicial, em tradução para o português) tenha sido um pouco complicado em 2017, houve recuperação significativa e o ano se encerrou com uma boa retomada. A oferta de venda de ações ao público nos EUA aumentou consideravelmente, elevando o faturamento das empresas em algo próximo dos 35 bilhões de dólares.

Considerado racional, este crescimento tem se mostrado bastante positivo para a captação de recursos. E, com o aumento do lucro, novos talentos são atraídos para essas empresas e novas ideias tomam contam do cenário.

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Como anda a participação dos setores nesta atividade?

O nome IPO se refere ao processo em que uma empresa vende ações para o mercado público pela primeira vez. Ou seja, consiste na abertura de capital da empresa, comumente em bolsa de valores, de forma que passa a viabilizar a aquisição de partes da organização por acionistas.

A maioria dos setores, com bom destaque para as áreas de biotecnologia e tecnologia, têm se mostrado participativa em negócios relacionados às IPOs. Esta participação inclui também um maior envolvimento das empresas chinesas que listam suas ações no mercado americano. O retorno médio das empresas que seguiram para o mercado público girou em torno de 26%, e nomes como Roku, AnaptysBio, Stitch Fix e Canada Goose alcançaram ganhos de dois dígitos desde a reestreia de sua atuação.

Mesmo assim, o ano de 2017 não se mostrou tão representativo quanto poderia ter sido. Além da acumulação de unicórnios (as famosas startups com crescimento acelerado e avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais por uma firma de capital de risco), a Nasdaq subiu quase 30% no último ano. Mas, em vez disso, as maiores empresas permaneceram privadas, segundo a observação do analista Matt Kennedy, que trabalha para o Renaissance Capital.

Muitas empresas de tecnologia que ficam à margem impedem um IPO. Normalmente, porque trazem vários investidores privados e podem se dar ao luxo de sustentar tal posicionamento. Com altos valores em jogo, elas se sentem à vontade para atrasar a criação de uma nova oferta pública e adiam o momento de se tornarem responsáveis perante os investidores.

O que acontece quando há a desvalorização de uma empresa?

Em um bom exemplo desta situação, pode-se citar a Snap, que é a responsável pela criação do aplicativo Snapchat. Inicialmente, aconteceu um bom aumento de 44% em seu primeiro dia de negociações de IPO, o maior do ramo de tecnologia desde o site de compras Alibaba. Porém, as ações logo esfriaram, quando os investidores começaram a questionar a empresa e duvidar de sua capacidade de competir de verdade, tal qual os grandes nomes das redes sociais, como o Facebook e o Instagram.

O Snapchat permite que os usuários enviem imagens instantâneas entre si, que desaparecem em um dado período, e já está perdendo uma quantia considerável de dinheiro. A empresa já advertiu que talvez nunca seja lucrativa e tem decepcionado diversos usuários e investidores financeiros desde que surgiu no mercado.

A Blue Apron é outro exemplo de perdas substanciais financeiras. A concorrência em seu setor, que abrange kits de refeições, está cada vez mais acirrada. Desde a IPO de junho, seu estoque caiu de forma significativa, e a empresa precisou demitir uma pequena parte de sua força de trabalho. Além disso, teve que lidar com a desestabilização que foi causada pela partida de seu co-fundador e CEO, Matt Salzberg.

Diante disso, o que esperar do cenário?

As ações de IPOs continuam a subir. Portanto, isso fornece um pano de fundo atraente para os unicórnios e outras empresas que planejam se destacar no cenário e se tornarem públicas. O especialista em capital de risco Fred Wilson confirmou, em outubro do ano passado, que 2018 e 2019 serão anos de grande êxito para as IPOs de tecnologia, desde que o mercado continue se comportando dessa maneira.

A diferença entre avaliações públicas e privadas começou a diminuir. Isso significa que muitas holdings e startups do Vale do Silício poderão se sentir mais encorajadas a se manifestarem a qualquer instante. Pode-se julgar até que grande parte daquelas empresas estava justamente aguardando por esse momento, a fim de se fazerem presentes no mercado público.

Agora, fica o questionamento: vale a pena investir em uma IPO?

A maioria dos investidores se sente muito animada quando encontra a possibilidade de uma IPO. Afinal, esta é a grande chance de comprar ações importantes por um preço muito baixo e observar seus valores se elevarem de uma forma extremamente rápida e significativa. Todavia, ao mesmo tempo, trata-se de uma aposta um pouco arriscada.

A IPO é considerada como uma ocasião muito emocionante para os investidores de diversos tipos. Isso acontece porque as primeiras ações são disponibilizadas apenas para aqueles que têm conhecimento sobre elas. A partir disso, nasce a possibilidade de obter um grande lucro, o verdadeiro responsável por tamanha agitação.

A expectativa cresce ainda mais pelo fato de que as ações de uma IPO podem disparar quando menos se espera. Ao serem vendidas pela primeira vez no mercado, o valor aumenta de forma considerável, proporcionando a chance de fazer excelentes transações.

Os riscos de se investir em uma IPO, porém, precisam ser observados. Como a ação nunca foi colocada em negociação pública antes, não há como analisar sua volatilidade e demanda. Além disso, existe a tão temida imprevisibilidade de preços, pois ao mesmo tempo em que o disparo de valores pode acontecer de repente, sua queda também pode se tornar realidade.

E, afinal, o que as IPOs realmente representam para a economia?

As IPOs que se movimentam constantemente e apresentam seus números emitidos em grande quantidade traduzem um sinal favorável de que o mercado de ações segue firme e forte. Por conta disso, a economia é considerada saudável e receptiva para vários tipos de investimento.

Contudo, um período de recessão faz o número de IPOs cair, pois não valerá a pena o esforço demandado pela abertura de capital, uma vez que os preços das ações estarão muito baixos. Mas, ao menor sinal de aumento, também significará que a economia começa a se recuperar. Com isso, podemos afirmar de forma metafórica que as IPOs são como um termômetro que medem se a economia está aquecida e pujante; morna; ou fria e desanimadora.

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Texto-base: The IPO Class Of 2018: Spotify, Dropbox And Other Unicorns Take Center Stage